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CARLOS FERNANDO FILGUEIRAS DE MAGALHÃES
( Brasil – BAHIA )
( Paratinga – Bahia, 1940-  )

Poeta, dramaturgos e contista.
Já publicou vários livros, entre os quais Perau (poesia, 2003), X (poesia, 2000), Quarks (poesia, 1994),
Matéria-prima (poesia, 1968).

 

POESIA SEMPRE. Ano 16 – Número 31,  Música e poesia.  Editor Marco Lucchesi. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2009.  220 p.  No. 10 390
Exemplar da biblioteca de ANTONIO MIRANDA


Noturno

No quintal sombrio
Pássaros e coisas


Ante o cristal
Ainda aceso
Da tarde escarlate

As vozes do tempo
Silentes ficaram
Assim de repente

Alongam-se as montanhas
Suas formas estranhas
Até à minha porta
Querendo entrar


                        Cais do porto 1

 

Quantas vezes me sentei no lado teu
Ali na cama líquida que transportas
Quantas vezes fiquei imóvel estrela
Pregado em meu céu de fantasia

Já não sei quantas foram todas elas
No mergulho do infinito céu noturno
Ou vendo barcas serenas deslizarem
Com as garças passando em pleno voo

No abandono do aconchego e da infância
Podia-se sonhar diuturnamente
Com as terras
para além daquelas serras
Que a vista me deixou apascentar

Mas as águas que eu queria já passaram
No brilho cravejado de ilusões
Estrelas novas surgindo se renovam
Sem nunca ter de Vésper aquela luz

E retendo aqui comigo como faço
No escrínio desta aurora o seu vestígio
Me consolo e me levo tardiamente
De volta ao regaço desta estrada
Deste nada ao esquecimento

Imagino  


Às vezes, quando o sol entrega o dia
Ao claro espelho da eterna lua
Ou quando a brisa varrendo o pensamento
Deposita em seus cantos a lixívia dessas horas
 
Em falso procuro dissidente
O que restou de nós em nossa marra
Feita de tecido puído em que tornamos

Às vezes, quando a noite já não é mais o prenúncio
Das alvas daqueles loucos dias
Imagino o que amávamos tanto e que tanto
Derrotado foi nas faldas do passado e do engano.
Mesmo assim procuro esse impossível anelo
Entre os desvãos do vento em lenços desfolhados
Na certeza de jamais reter na volta
As adoradas rosas, só nossas, camufladas entre o que fora
A jornada da luz nos afagos do corpo
E o que restou do breve tempo
Em qualquer canto clandestino da memória
Aí o desespero impera e perco teu sorriso nunca mais achado
Por mais que me castigue a dor o seu lavor insano
Que malvada desgasta a imagem da matéria antiga
Eu me volto e de repente ali estás
Incorruptível naquele ser de pomo apodrecido
E me refaço imediato volvendo o cristal daquelas horas
Que ali também ficaram no outro fruto do futuro

Toda vez que às vezes imagino e vejo nelas
Escorrer o sumo da vitória do presente sobre o ocaso
Que nos faz de tão ausentes encarnados no agora
Mesmo assim querendo e tendo
Toda a força de minha alma
Nunca pensei que tive o que sonhei vivendo
Tanto hoje quanto outrora

 

*
VEJA e LEIA
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http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/bahia/bahia.html
Página publicada em maio de 2025.


 

 

 
 
 
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